domingo, 9 de novembro de 2008

Manifestação de professores em 8 de Novembro

SOU PROFESSORA...

Se não és prof, lê e comenta pois gostaria de saber a tua opinião!

Se és prof, lê e comenta também!

E como tal, não poderia deixar de aqui escrever algo sobre a luta que nos tem unido cada vez mais.

Desta vez consegui estar na manifestação de Lisboa!

A minha primeira grande manif e a de muitos colegas.

É lamentável e deploravél esta situação ter chegado a um ponto tal, que já nem consigo ouvir a ministra da Educação falar à nação. Tanta mentira junta, tanta manipulação no seu discurso, que só é dirigido para aqueles que estão fora do Ensino e acreditam que somos um bando de preguiçosos... porque é assim que o nosso retrato é pintado por este Ministério!

Pois...

que não se esquecam os cidadãos da Nação...

de que somos nós, os 120 mil que protestaram nas ruas de Lisboa ontem, mais aqueles que não poderam estar presentes...

somos nós os responsáveis pela educação dos muitos milhares de filhos da Nação...

é connosco que eles passam mais de metade das suas horas do dia...

somos também nós os pais de muitos milhares de filhos que, por causa desta política, não têm jantado com os seus pais nem os visto chegar antes de se deitarem, para não os verem quando acordam na manhã seguinte, pois já partiram de novo para mais um dia como o anterior.

Mas será que 120 mil estão errados e duas pessoas é que estão certas?

Quem disse, Sr. Primeiro Ministro, que não queremos Avaliação?

Quem disse, Sr. Primeiro Ministro, que concordavamos com o sistema anterior de Avaliação?

Parem de mentir à Nação e de ludribiar com discursos manipulativos!

Sempre que ouço os membros deste Ministério falar, fazem-me lembrar sempre aqueles meus alunos que, a uma pergunta do género, "Onde vivia a Bruxa?" respondem "Nasceu a 8 de Dezembro"

Dizia uma professora na manifestação que não estava revoltada mas sim ferida. É assim que muitos de nós se sentem, mas certamente que os 120 mil partilham de mais um sentimento - estamos todos incrédulos perante o autismo deste Ministério.



Retirado do site da FENPROF
MINISTRA DA EDUCAÇÃO NÃO FALA VERDADE!

Comunicado de Imprensa da FENPROF de 9 de Novembro de 2008


A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não falou verdade ao país ao afirmar que os Sindicatos não tinham apresentado, na comissão paritária de acompanhamento da avaliação, qualquer documento que alertasse para os problemas que decorrem do modelo em vigor.
Na verdade, a FENPROF fez chegar à comissão paritária, nos primeiros dias de Outubro, um documento contendo onze problemas relevantes que, no entanto, até hoje, não mereceram qualquer resposta.
Em reunião realizada a 17 de Outubro, o director-geral de recursos humanos, que preside à comissão, tentou justificar, apenas oralmente, as irregularidades e abusos, entre outros aspectos referidos, não tendo mostrado abertura para solucionar um único que fosse.
Já antes, em 14 de Outubro, em reunião realizada com a Ministra da Educação, a FENPROF tentou abordar os problemas, mas sem êxito, pois Lurdes Rodrigues afirmou não ser aquele o espaço para essa discussão. Em relação aos horários de trabalho, outro dos aspectos muito contestados pelos docentes, a FENPROF entregou em mão, nesse dia, à própria ministra, um documento em que se apresentam inúmeras situações irregulares e/ou ilegais, exigindo a sua rápida resolução. Note-se que algumas delas decorrem de orientações ilegais que a DGRHE colocou no seu site e que, apesar do protesto, ali mantém.
A ministra também não falou verdade quando afirmou que os professores não querem ser avaliados e que o anterior modelo não previa a diferenciação. Previa, só que, durante os 15 anos em que vigorou, os governos recusaram regulamentar essa matéria, apesar da insistência dos Sindicatos para que o fizessem.
E quanto à avaliação, a ministra também sabe que a Plataforma Sindical dos Professores, ao longo do processo de "negociação" do ECD, apresentou propostas concretas para um modelo alternativo que, no entanto, foram todas rejeitadas pelo ME que, da primeira à última versão, manteve intocável o seu projecto. Mas sabe mais, sabe que a FENPROF, como outros Sindicatos, já apresentou propostas concretas para a negociação de um modelo alternativo e tem debatido o assunto com os professores em centenas de reuniões que já realizou.
Quanto à afirmação de que uma manifestação com tanta gente constitui uma intimidação não há palavras que a comentem. Tal afirmação constitui uma tremenda e preocupante distorção democrática, inaceitável na governante. Afirmar que uma manifestação de professores, por reunir 80% da classe profissional, constitui um acto de chantagem, só pode compreender-se em alguém que se encontra de cabeça perdida e, por essa razão, perdeu referências democráticas.

Quem não fala verdade ao país e perde referências democráticas não reúne condições para, numa sociedade democrática, assumir responsabilidades políticas!

O Secretariado Nacional

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